terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre certo e errado!

Séculos de primazia da ciência nos conduziram a tornar um modo de ver o mundo, no modo correto de ver o mundo. De fato, não se pode questionar que o modo de ver o mundo pela ótica da ciência não seja correto. Todavia, também devemos lembrar que correto, verdadeiro, bem sucedido, fazem referência á uma expectativa. Não uma expectativa qualquer, mas uma expectativa específica, que busca fins específicos. Um fato não é correto ou não por si mesmo, mas somente mediante a uma expectativa. Um dado nunca é verdadeiro ou falso em si mesmo, mas sempre em relação á um conceito prévio. Tanto quanto uma ação é cercada de sucesso, na medida em que se tem um resultado pré-estabelecido e o esse gira em torno desse estabelecimento. Somente é verdadeira uma realidade quando esta se coaduna a um conceito prévio.
Os séculos que precederam a ciência tornavam toda e qualquer previsibilidade uma heresia. Prever o que poderia ocorrer na natureza era quase o mesmo que prever a vontade de Deus. Inda hoje restam resquícios dessa época quando se permite escapar expressões como: “Até amanhã, se Deus quiser!”. Pressuposto implícito de que se Ele, assim não o quiser, não haverá o até amanhã. Isso revela certa qualidade anímica em Deus, o que é absurdo. Deus não acorda de bom ou mau humor ou muda de idéia em dadas circunstâncias. A visão científica do mundo está lastreada em outro paradigma. Sem virar as costas para Deus apenas o repagina. Deus ao criar o mundo, o fez de modo a que este funcione de modo ordenado e inteligível. Ora, na medida em que somos imagem e semelhança de Deus teremos a capacidade de entender o funcionamento dessa ordem. Essa ordem racional das coisas revela com a qual Deus tudo fez é acessível à razão humana. Nossa razão apenas desvenda, na medida em que progride em seu conhecimento, a ordem que existe no universo.
À partir desse novo panorama, toda a ordem do mundo possível de ser alcançada pelo intelecto humano precisa ser perseguida. Tudo o que é previsível assim deve o ser. Tudo o que é suscetível de repetir-se se dá a ver aos olhos da ciência. O imprevisível, assim o é, somente na medida de nossa ignorância momentânea. Resta-nos desvendar o que é verdadeiro, o que é correto e qual a ação obterá sucesso sob as circunstâncias apresentadas. A partir de então a verdade não é mais revelada a algum sacerdote que mantém estreita relação com o divino, mas sim descoberta pela experimentação da ciência.
Outros modos de ver o mundo são agora proscritos. O artista revela um mudo ingênuo ou irreal. Na medida em que o revela tão somente como visão exagerada ou distorcida da realidade ou no mínimo como mera cópia inútil. Outro flanco da arte revela somente a ficção, ou seja, mera possibilidade fantástica e de qualquer modo irreal. O religioso transforma-se em hipótese improvável ou milagre particular. O artista é um distraído que se ocupa de coisas inúteis. O religioso somente é buscado como recurso do desespero ou ineficácia. Apenas como subterfúgio do incompetente. O problema é que isso assim posto retira do nosso dia a dia todo o sagrado e toda a beleza também.
O planeta, as pessoas e a vida estão agora cercadas de utilidade ou não. De produtivo ou não. A terra dando sinais de esgotamento de seus recursos faz a ciência buscar alternativas de outros planetas habitáveis. Os homens dando sinais de fadiga transformam-se meramente em fardos para a sociedade. Uma criança nasce e fazemos de tudo para que esta tenha o máximo de produtividade.
Sem mais delongas vamos ficar por aqui, mas não antes de deixar no ar algumas perguntas: Será mesmo útil relegarmos ao segundo plano tanto o belo quanto o sagrado? Será que a vida também não fica um pouco mais sem graça, sem encanto e sem sua magia? Será que toda a utilidade do previsível não retira a graça e a magia da surpresa?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Capitalismo emburrece!

Por conta de um velado jogo de conquista e manutenção do poder. Toda uma enorme gama de progressos a avanços da humanidade ficam privados. Vemo-nos às voltas com o insolúvel problema do trânsito em grandes metrópoles. Muitas são as pessoas envolvidas direta ou indiretamente em oferecer uma solução para esse problema. Cada um de nós já deve ter visitado uma ou outra das alternativas recorrentes, ou tido alguma idéia nova, mas pouco ou nada de realmente inovador foi proposto. Todavia existe um pressuposto bastante grande: a profunda falta de espaço físico. Sugeriram túneis, viadutos, veículos de transporte coletivo, que conseguiriam transportar grande número de pessoas ocupando o menor espaço possível e até agora isso é o que foi proposto. Contudo não nos damos conta de que ainda pensamos soluções para o problema ainda sem considerar que o vemos meramente como bi dimensional! Muitos de nós já viram no passado, ou até vêem hoje em alguns canais a solução do problema, mas ainda o vêem como ficção, como mero devaneio além do possível. Da solução proposta pelos Jetsons ( http://blogs.abril.com.br/sidneimoreiraconceitoscomdesign/2009/07/veiculo-aereo-individual.html ), a única tecnologia de que ainda não dispomos é a de transformar nossos veículos em pastas executivas! De resto, todas as tecnologias necessárias para explorarmos o espaço em três dimensões já existem. Que falte legislação a respeito um ou outro problema a ser sanado. Todo o investimento que já fazemos hoje em dia em construção de pontes, pavimentação de estradas e outros mais seriam mais que suficiente para viabilizar essa solução.
Outro ponto é: nossos modernos automóveis escondem debaixo de uma parafernália eletrônica o mesmo motor a explosão utilizado há mais de um século e meio! Poluente, barulhento e caro. Poucos têm notícias efetivas de alternativas, embora já tenhamos hoje a preço de ouro, veículos conceito com motores elétricos. De uma clicada nesse link para ter em fácil acesso uma grande alternativa que poucos conhecem: http://www.noticiasautomotivas.com.br/mecanico-brasileiro-inventa-motor-ar-comprimido/.
Ora, o grande entrave é indubitavelmente o econômico, ou pior, a manutenção da hegemonia do poder!
Mesmo a tecnologia da informação, tida como das mais avançadas ainda dormita meramente em duas dimensões! Nossos computadores são bi dimensionais, nossa TV, etc. Ou seja, mesmo nesse campo ainda estamos engatinhando.
O capitalismo produziu avanços? Sem dúvida! Sobretudo no campo bélico! Mas já não é hora de superarmos a barbárie da guerra e entrarmos em um novo ciclo?
Copenhagen termina com uma pergunta: Qual será o preço para termos um mundo sustentável? Nós perguntamos: Temos mesmo que efetuar essa pergunta? Que custe todo o dinheiro do mundo. De que me adiantaria um Real sem um mundo para gastar?