A competitividade no mundo corporativo movimenta uma grande quantidade de recursos, sobretudo os que se alinham ao desenvolvimento tecnológico. O ganho de produtividade, a redução de custos, de mão de obra, mecanização, automação... Isso, sem a menor sombra de dúvida é bastante benéfico sob inúmeros aspectos. Todavia, devemos ter em mente que os avanços tecnológicos devem trazer benefícios, não só a uma pequena parcela de privilegiados, mas sim para toda a humanidade. Pode parecer um tanto piegas a princípio, mas vamos analisar as conseqüências disso.
Hoje nos temos alguns setores em franco crescimento tecnológico. Quem negará que a informática cresce espantosamente? Eu, de minha parte ainda creio que a informática está sobremodo atrasada. Seria exagero dizer que está na idade da pedra, mas ela ainda anda meio “egípcia” e não estou falando de nenhuma revolta popular muçulmana. São famosos os afrescos egípcios “bidimensionais” uma mãozinha pra cima outra pra baixo. (conseguem visualizar?). Poderíamos dizer que na época os que produziram os afrescos não dominavam as técnicas da “perspectiva”. Eu, honestamente, creio que eles tinham mesmo um modo de pensar, de ver as coisas e de se expressar de modo bidimensional. É exatamente esse ponto que eu quero tocar. Embora nossos desenhistas e pintores já dominem a “perspectiva” que nos coloca dentro da tridimensionalidade. Nós ainda pensamos, vemos as coisas e nos expressamos de modo bidimensional. Na informática isso não é diferente. Os modernos monitores de cristal líquido (que já existiam em calculadoras desde a década de 80 ao menos) e similares substituíram os antigos e enormes monitores de raios catódicos. Mas nossa interação com o computador ainda é plana! Mas não é somente na parte externa que o computador é plano. Os mais modernos bancos de dados ainda trabalham com armazenamentos em tabelas com linhas e colunas, ou seja, são conceitualmente planas. Mas isso não é somente uma crítica à área de TI. Ela é assim simplesmente pelo fato de que nós ainda pensamos assim. A tecnologia avança sobre as bases conceituais. Se conceitualmente pensamos desse modo solicitamos respostas tecnológicas alinhadas aos conceitos. Precisamos evoluir primeiro no nosso modo de pensar (no mínimo de modo tridimensional), para que a tecnologia nos de outro tipo de resposta. Na medida em que nossa solicitação for conceitualmente outra, a resposta tecnológica também o será.
Outro ponto que podemos colocar é: quantas pessoas ao redor do mundo estão pensando na solução para o trânsito nas grandes metrópoles? Centenas...milhares...milhões? Já pensaram em túneis, pontes, viadutos, aliás as técnicas de engenharia para a construção de viadutos “estaiados” vem se multiplicando em várias regiões de São Paulo criando mais e mais cartões postais. E ainda não pensaram em pequenos veículos aéreos! Ou melhor, podem até ter pensado, mas para adequar todas as linhas de produção de veículos terrestre para esse novo modelo, certamente se gastariam bilhões, então ficamos como está.
Não quero me estender muito nesse assunto, mas cabe ainda mais um comentário. Li, dia desses em um jornal, que o aproveitamento da energia eólica (dos ventos) necessitaria de grandes investimentos! Pasmem! Certamente não sou especialista no assunto, até gostaria que alguém me explicasse, mas dizer que umas tantas hélices e seus geradores e transformadores custariam mais do que os investimentos em Belo Monte sem contar com seus impactos ambientais?
Só para fechar. O que estou dizendo é que se os avanços tecnológicos ficarem somente à mercê do capital e não em benefício da humanidade como um todo, ao contrário do que se pensa, ficaremos mais atrasados.
Jadir Mauro Galvão
02/02/2010
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